Como as sobretaxas estão redesenhando o comércio global e gerando possibilidades para o Gigante pela própria natureza
Em um cenário no qual a política tarifária de Donald Trump se destaca como uma estratégia para proteger a indústria norte-americana, o Brasil se vê diante de uma encruzilhada. As sobretaxas impostas sobre produtos importados, incluindo uma tarifa de 25% sobre o aço e o alumínio de todo o mundo, têm gerado reações adversas de parceiros comerciais.
No entanto, essa medida pode ter outro lado menos visível (ou apenas menos falado): o potencial fortalecimento do mercado interno brasileiro.
No Brasil, o impacto direto da política tarifária de Trump é frequentemente discutido em relação ao setor siderúrgico. Com o país sendo o segundo maior fornecedor de aço para os EUA, a tarifa de 25% sobre o produto importado poderia levar a uma redução nas exportações brasileiras, resultando em preços mais baixos no mercado interno e possíveis desempregos no setor. No entanto, haveria como vender lenços enquanto uns choram?
Pouco ou quase nada tem se falado do possível fortalecimento do mercado interno: Com a tarifa de 25% sobre o aço exportado para os EUA, o Brasil poderia manter mais desse material em território nacional, tornando-o mais barato para as indústrias locais. Isso fortaleceria o mercado interno, pois as empresas brasileiras poderiam aproveitar os preços mais baixos do aço para reduzir seus custos de produção. Todavia, essa vantagem dependeria da capacidade da indústria brasileira de absorver o excesso de aço que não é exportado, além de considerar a demanda interna e a competitividade global.
A indústria automobilística, embora possa enfrentar desafios devido ao aumento dos custos de componentes importados, também pode se beneficiar se o aço interno se tornar mais acessível e barato. A resposta final depende de como a indústria brasileira se adapta a essa nova realidade econômica e como o governo vai apoiar o mercado interno.
Em meio ao possível caos (ou não) , Trump, ao justificar suas políticas tarifárias, argumenta que elas são necessárias para proteger a economia americana e garantir a segurança nacional. Enquanto o presidente dos Estados Unidos busca proteger a indústria norte-americana, outros países estão reagindo com medidas retaliatórias. A situação é complexa e pode levar a uma reestruturação das relações comerciais internacionais, com consequências econômicas duradouras.
Como sabiamente observou o economista brasileiro Pedro Faria, “a situação pode ter efeitos positivos para a economia local, mas também traz riscos significativos para a estabilidade global”.
A pergunta que resta é se essa turbulência pode ser uma oportunidade para o Brasil fortalecer seu mercado interno e defender suas riquezas em solo brasileiro.
Repito: enquanto uns choram, outros vendem lenço. Não se trata mais de guerra entre direita ou esquerda, mas guerra pelo nosso país. Quando o patriotismo pelo país ultrapassar as diferenças ideológicas, a nuvem de fumaça se dissipa para analisarmos outras possibilidades. Não seria nossa oportunidade de pensar em defender nossa política interna e manter nossas riquezas em solo brasileiro? Seria utopia ou uma estratégia viável? Talvez a resposta esteja diante dos nossos olhos, e tão próxima que mal podemos enxergar.